Enquanto caem mortes cidade afora,
O tempo mais perfeito, deveras mentiroso,
Deveria lembrar-se de mim.
Sem mim essa loucura teria outro fim
E talvez as gotas da garoa caíssem em outro lugar.
Sem mim a cidade desabaria em prantos mansos diferentes
Daqueles que outrora desabaram.
Em mim, por minha vez, deságua cerveja gelada
De Ivetes vespertinas ou bares friorentos de
Noturnas aventuras taciturnas cosmológicas.
Meus pensamentos vão se perdendo naquela pequena...
Que me olha de canto, severamente...
De infartes e escuridão,
De estradas e desfiladeiros...
A loucura infame brilha em diferentes formas
No infinito resgate emocional do implacável
E do imaginável.
Eu sou minha poesia diária
Nua e desiludida,
Deformada na moldura de quadros em dores
E flores em chamas
Que me chamam e cativam
Em indiferentes e chateados e abalados
Cantares.
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